sexta-feira, 21 de junho de 2019

ENTRE AS ONDAS

[...]
Quando percebeu já havia se jogado de cabeça nas águas daquele sentimento intenso. Quando viu, já estava perto de afundar, em breve, viria a naufragar.

Ele que não sabia nadar, estava nadando com uma facilidade e alegria inexplicáveis. Porém, percebeu que eram os braços daquele amor que o segurava e o guiava naquele mar revolto. 

Eles estavam seguros e confiantes!

Sim, o mar era incerto, tinham altas ondas e com uma força avassaladora, mas ao lado deste sentimento, sentia-se forte e não temia a sua sorte.

Tudo parecia tranquilo, mesmo em meio a incerteza das águas daquele mar que tinha sua importância, tinha uma paz e sensação de segurança jamais experimentada. As altas ondas não traziam medo a eles. Estavam firmes e juntos.

Houveram momentos que foi necessário navegar distantes um do outro, porém, tão ligados ao amor que não pareciam afastados fisicamente. Era mais forte e mais intenso que pudessem imaginar. 

Mas tudo iria mudar!

[...]
O sentimento se mantém forte, mas houve um conflito. Uma ruptura surgiu e nada seria como antes. Confiança? Talvez permaneça intacta. Mas algo diminuiu! Não sabemos se o amor ou apenas a reciprocidade do mesmo, com aquela mesma intensidade.

Seguiam navegando ligados apenas aos resquícios deste sentimento, ligados por uma história ainda não escrita ou pouco vivida. Continuavam em barcos diferentes, porém próximos, até ao alcance do olhar.

Tínhamos momentos, entre lapsos de sentimentos, que tudo parecia como antes. Os olhares e sorrisos assemelhavam-se a perfeição e as ondas voltavam a serem insignificantes e chegavam a navegar no mesmo barco.

A esperança, como uma chama tão fumegante, aquecia os corações e lhe dava uma nova oportunidade, mas não conseguia ser como antes. Simplesmente ela se apaga, com a mesma facilidade que se ascende.

A separação mais uma vez se fez necessária. Com uma dor inexplicável, afirma não ser tão leve e ao alcance dos olhos como antes. A visão ficou turva. A tempestade se intensificou e chegaram a não ver-se mais próximos.

[...]
Um dos barcos veio a pique!

Wilton Lima

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