AS DORES DE UM POETA
O medo quase sempre nos faz parar, em algumas situações, até mesmo desistir.
Ele vive rodeado por este medo, porém, nunca ateve-se aos desafios, nem mesmo aos que nos pareciam impossíveis.
Durante muito tempo buscava-se a aceitação; ter esta aceitação e estar ladeado por pessoas que aparentemente eram necessárias à sua vida, sempre foi uma busca constante. Hoje, mesmo negando, por vezes, ainda se encontra nesse estágio de busca.
Lembra daquele primeiro naufrágio e das marcas que ele deixou? Pensamos que ainda há marcas com feridas abertas e, talvez sejam elas as responsáveis por tanto medo.
Mas como não perceber?
Como não deixar-se tratar?
Ele mesmo não consegue compreender!
E quase sempre, sua opção é parar.
O caminho se torna cada vez mais difícil.
Sua poesia sempre foi um refúgio. Porém, suas rimas perderam a cor, perderam a razão de ser e ter. E os versos continuam mergulhados no mais triste dos silêncios.
Cada um seguiu seu caminho. Não era o caminho planejado no início da jornada, nem mesmo era cogitado.
Aquele brilho no sorriso perde cada vez mais a sua intensidade. A suavidade do olhar, que alegrava e consolava, aos poucos se esvai e em tudo, nos parece ser o fim.
Mas como pode ser?
As dores precisam ser tratadas e mesmo que fiquem as marcas, e sempre ficam, aquela ferida necessita ser curada.
Os motivos são conhecidos e evitáveis, porém, algo nos impede de removê-los. Talvez seja o medo, ou mesmo a voz da razão nos dizendo para continuar no caminho que estamos. E mesmo debilitado, o coração resiste e nos aponta um caminho ainda mais difícil, com muitas pedras e barreiras a serem enfrentadas, mas o caminho nos aponta para uma liberdade com uma alegria tão bela e inexplicável, que só encontro sentido no seu olhar!
Ele precisa de forças. Pois ainda há muito caminho a ser percorrido, muitas decisões a serem tomadas, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender e continuar!
Wilton Lima