domingo, 28 de junho de 2020

UM NOVO VÍRUS

Dia 26 de fevereiro de 2020, na cidade de São Paulo, temos o primeiro caso do novo Coronavírus confirmado no Brasil e o primeiro na América Latina. 

Dia 16 de março, o Brasil confirma a primeira morte por Covid-19. 

Hoje, 28 de junho, segundo consórcio de veículos de imprensa, com última atualização às 13h, o Brasil já tem confirmadas 57.174 mortes e 1.323.069 casos confirmados de Covid-19. 

Não são apenas números; são milhares de vidas perdidas, milhares de histórias interrompidas e o que me choca é a frieza que muitos têm em relação a dor daqueles que ficaram e não puderam fazer um enterro digno ou nem mesmo ter uma despedida justa. 

Eu vejo homens e mulheres com um sentimento tão ruim que não consigo adjetivar. Pessoas que colocam o dinheiro acima da dor do outro. Pessoas que querem voltar a ter o seu lucro; líderes políticos e religiosos, preocupados apenas com seu bem-estar financeiro, demonstrando descaso com aqueles que perderam e dos que perderão suas vidas e mais, se mostram alheios a dor dos que ficam. 

Eu vejo um mundo contaminado com algo mais forte e mortal que a Covid-19. Com um vírus que a cada dia me parece se proliferar rapidamente, às vezes entre aqueles que me pareciam ser incontamináveis, aqueles que deveriam cuidar e abraçar a todos, independentemente de qualquer escolha; independentemente de qualquer coisa. Apenas acolher e abraçar! 

Esse vírus eu chamo de ódio. Facilmente camuflado por uma espécie de amor às tradições, ao que alguns julgam ser o correto ou natural. Um sentimento que afasta e mata facilmente. 

Nos falta um amor verdadeiro, que cuida e olha para o outro; um olhar sem acusações. 

São dias difíceis, não sabemos quando tudo isso vai passar. Porém, vamos confiar e ter fé que dias melhores virão. Vamos nos proteger e mais que isso, vamos cuidar uns dos outros. 

Juntos, nós podemos vencer essa batalha; e juntos vamos sair muito mais fortes.

Foco, força e fé!
Wilton Lima

Fonte: G1

sexta-feira, 26 de junho de 2020

IMPERCEPÇÕES DE UM POETA

Existem tantos detalhes esquecidos. 
Existem tantos momentos sonhados. 
Existem sorrisos à sua espera, porém, ele simplesmente se perdeu nos seus próprios pensamentos. 

Houve um dia, ao perder o sono, que durante a madrugada, os versos pareciam voltar a ter uma nova rima, bela e melódica. Entretanto, não passava de resquícios que pairavam em seus sonhos. 

Tudo continua em ruínas.

O seu coração continua apegado às lembranças do passado e aos lapsos das memórias boas e vividas com tanta intensidade, em um passado recente ou mesmo à um futuro que possivelmente não será vivido. 

Então, mais uma vez ele para.

Para nos próprios pensamentos e nem mesmo há forças para sonhar. E lembras dos versos? Continuam mudos e sem cor; sem vida; sem e sim, com muitos porquês!

O sorriso está logo ali, mas ele não consegue entendê-lo como antes. Por isso ele se afasta cada vez mais, e dói...
Porém, nos parece ser uma dor imperceptível, tanto que não há nenhuma reação para voltar ao caminho que estavam.

A decisão de continuar tem sido muito difícil para eles, parece que todos se voltaram contra.

As barreiras são conhecidas e evitáveis, porém, algo os impede de removê-las. Talvez seja o medo, ou voz da razão tentando lhes dizer que a direção apontada por ela é a melhor; possivelmente a correta. Porém, e mesmo debilitado, o coração resiste e aponta um caminho ainda mais difícil, com muitas pedras e barreiras a serem enfrentadas, mas incrivelmente o caminho nos parece ser o mais livre, com uma alegria tão bela e inexplicável que só é encontrada no seu olhar.

E mais uma vez ele se coloca em profundo silêncio e quanto aos versos, não sabemos se eles estão mudos e sem rimas, sabemos apenas, que decidimos deixá-los em silêncio.

Por quanto tempo?

Não sei! Eu realmente não sei como será o final. Talvez os versos continuem mudos; talvez a força do silêncio prevaleça e provavelmente, caminharemos entre este misto e conflitos de sentimentos. 

Ainda há muito o que lutar e muito caminho a percorrer. Temos muitas decisões a tomar, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender. 

Wilton Lima