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sexta-feira, 26 de junho de 2020

IMPERCEPÇÕES DE UM POETA

Existem tantos detalhes esquecidos. 
Existem tantos momentos sonhados. 
Existem sorrisos à sua espera, porém, ele simplesmente se perdeu nos seus próprios pensamentos. 

Houve um dia, ao perder o sono, que durante a madrugada, os versos pareciam voltar a ter uma nova rima, bela e melódica. Entretanto, não passava de resquícios que pairavam em seus sonhos. 

Tudo continua em ruínas.

O seu coração continua apegado às lembranças do passado e aos lapsos das memórias boas e vividas com tanta intensidade, em um passado recente ou mesmo à um futuro que possivelmente não será vivido. 

Então, mais uma vez ele para.

Para nos próprios pensamentos e nem mesmo há forças para sonhar. E lembras dos versos? Continuam mudos e sem cor; sem vida; sem e sim, com muitos porquês!

O sorriso está logo ali, mas ele não consegue entendê-lo como antes. Por isso ele se afasta cada vez mais, e dói...
Porém, nos parece ser uma dor imperceptível, tanto que não há nenhuma reação para voltar ao caminho que estavam.

A decisão de continuar tem sido muito difícil para eles, parece que todos se voltaram contra.

As barreiras são conhecidas e evitáveis, porém, algo os impede de removê-las. Talvez seja o medo, ou voz da razão tentando lhes dizer que a direção apontada por ela é a melhor; possivelmente a correta. Porém, e mesmo debilitado, o coração resiste e aponta um caminho ainda mais difícil, com muitas pedras e barreiras a serem enfrentadas, mas incrivelmente o caminho nos parece ser o mais livre, com uma alegria tão bela e inexplicável que só é encontrada no seu olhar.

E mais uma vez ele se coloca em profundo silêncio e quanto aos versos, não sabemos se eles estão mudos e sem rimas, sabemos apenas, que decidimos deixá-los em silêncio.

Por quanto tempo?

Não sei! Eu realmente não sei como será o final. Talvez os versos continuem mudos; talvez a força do silêncio prevaleça e provavelmente, caminharemos entre este misto e conflitos de sentimentos. 

Ainda há muito o que lutar e muito caminho a percorrer. Temos muitas decisões a tomar, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender. 

Wilton Lima

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

PERDIDOS DE SI MESMOS - Parte Final

Uma sociedade de consumidores e de ausência de certezas (Site TodaMatéria)
As pessoas tornaram-se objetos. Não temos mais uma vida social. O amor tornou-se secundário e a busca desenfreada por uma sociedade que se adeque aos nossos próprios anseios é uma realidade cada vez mais visível nesta Modernidade Líquida, como releva os estudos do sociólogo e filósofo polonês, Zygmunt Bauman que morreu aos 91 no ano de 2017, nos deixando um enorme legado sobre a fragilidade do homem em relacionar-se com o outro, em um mundo cada vez mais capitalista e imediatista.

Pessoas usam pessoas e as descartam como um objeto qualquer!

Nos perdemos ao longo da caminhada e juntos, levamos outros a este abismo sem fim. Na busca por uma satisfação imediata descartamos pessoas e sentimentos como uma naturalidade extraordinária. Nos falta o mínimo de empatia nestes dias, nos falta um olhar humano para a dor e necessidade do outro, seja ele branco, preto, homo, hétero, trans, não importa, apenas necessitamos de pessoas que amam pessoas, com suas diferenças, falhas e medos.

Eu tenho medo de como será o fim desta história.

Temos um longo caminho a percorrer, mas temo pelos que ficarão. Nada mais nos satisfaz e isso nos coloca como consumidores não apenas do que é vendável, mas consumimos sentimentos e sonhos e nos desfazemos deles com uma facilidade maior do que a "conquistamos" ou usurpamos.

Volto a reafirmar minha angústia. 

Vivemos um período onde não temos tempo para cuidar um dos outros e dar atenção que eles precisam. 

Precisamos desenvolver em nós, a cultura do cuidado, da compreensão e atenção ao próximo, mesmo que isso não nos pareça vantajoso. Pensar no outro, cuidar e compartilhar da alegria e do amor que há em nós, é essencial para que consigamos o mundo melhor e mais justo.

Ame, cuide e compartilhe dessa verdade; 
Seja o amor que este mundo precisa!

Wilton Lima

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

PERDIDOS DE SI MESMOS - Parte 02

Eu vejo um povo caminhando sozinho. Sozinho em suas dores e temores, perdidos em meio ao caos que nos colocaram. 

Perdidos; estamos perdidos... 

Sendo eu um dos mais otimistas, torno-me a cada notícia e decisões deles, um pouco mais desolado e desesperado com o que virá ou com o que não há de vir. São dias difíceis e dias que vejo aqueles que deveriam unir e abraçar, julgando e dando uma sentença final, antes mesmo do fim ter chegado.

Nos julgam!

Eu vejo um povo sendo julgado pelo simples motivo de ser diferente, por pensar e agir de forma que não os agradam. Os diferentes, estão perdidos para eles, porém, ouso dizer o contrário. Perdido estão aqueles que não respeitam e não sabem conviver e amar o que lhes parece ser estranho.

Uma luta travada em nome de Deus toma uma força tão grande, que chega a levar milhares a militar contra o próprio amor e contra o perdão, que eles mesmos levam em seus discursos; discurso entre quatro paredes! Fora delas, apenas acusações e sentenças são feitas. E realmente o amor e o perdão não são para todos, pelo menos é o que os meus olhos contemplam dia após dia, reunião após reunião e lei após lei.

Estão cegos em seus próprios conceitos e guiam muitos a um vazio de si mesmos.
Perdidos, eles estão todos perdidos!


Wilton Lima

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

PERDIDOS DE SI MESMOS - Parte 01

Eu vejo o povo perdido em meio a um deserto. Deserto de cultura, de arte e o mais doloroso: deserto pela falta do amor. Liderado ainda, por pessoas com um coração voltado ao egoísmo e amor ao poder.

Na política ou na religião? Já não sei mais diferenciar; já não sei nas mãos de quem o poder estar.

A cada novo dia e a cada novo discurso, me vejo imergindo em um passado que não podíamos ser diferentes do que a Igreja propusera como padrão, de conduta e comportamento. Alguns, por serem contra e só, por serem e pensarem diferente, foram levados à fogueira ou simplesmente excomungados e tirados do convívio com aqueles que se diziam escolhidos de Deus, um deus vingativo e opressor, aparentemente.

Parte da igreja, dissidente daquela que lutou e morreu com a chamada Reforma Protestante, volta às suas origens, onde nem a própria à época, se vê mais lá.

A busca obsessiva pela aceitação transformou-se também, na luta por estar no centro de toda e qualquer decisão de um país dito laico, mas que não respeita uma adoração diferente ou mesmo demonizam os que pensam contrário da fé aceitável.

Eu vejo um povo totalmente perdido e que acredita estar trilhando o caminho ensinado por Cristo. Porém, Jesus não nos ensinou a amar o outro como Ele mesmo nos amou? Não perdoou aqueles que o mataram? Eu vejo um povo perdido! 

Os tronos voltam a ser erguidos e neles estão homens e mulheres tão opressores quanto àqueles que condenaram e mataram Jesus.

Eu vejo um povo perdido...

Os muros que separavam, outrora derrubados, tentam erguer-se ao poder de quem já sabe mais o que é o amor. As lutas por igualdade e direitos são para eles insignificantes e nos colocam novamente às margens, ou estão tentando. 

Os poderosos ultrajados de misericórdia, apenas aprisionam o povo já perdido em sua fé e dele sugam toda e qualquer esperança e força.

Perdidos...
Estamos perdidos.
Há quem nos socorrerá?
Em quem podemos esperar?

A luta não tem sido fácil, há de tornar ainda mais difícil. Porém, precisamos resistir a toda forma de opressão e exclusão àqueles que pensam, agem e são diferentes ou simplesmente são o que são. Uns pelos outros e amando uns aos outros com suas diferenças e particularidades.

Wilton Lima