sábado, 29 de dezembro de 2018

UMA SOCIEDADE PLURAL


Estamos inseridos em uma sociedade plural, composta por indivíduos que se diferenciam entre si, cada um com sua individualidade, mas que na essência se assemelham. É normal então haver muitas diferenças, mas nenhuma dessas diferenças deve colocar, em hipótese alguma, um ser humano acima do outro.

Aos poucos devemos entender que não é necessário opinar naquilo que não nos diz respeito, naquilo a que não fomos chamados ou incluídos.

Infelizmente nem todos entendem isso.

Tem se tornado hábito “normal” observarmos grupos que travam guerras ideológicas com outros grupos que lutam por direitos de vez e voz.

Se é certo que estamos num Estado Democrático de Direito, um Estado livre para todos, o porquê de não aceitarmos as diferenças, de não entendermos que ninguém é igual ao outro em opinião religiosa, sexualidade ou em opinião política?

Realmente, o diferente incomoda!

Mas o que é ser diferente?

Todos nós, aos olhos de alguém, somos diferentes. Então porque lutamos para que aceitem as nossas diferenças e não aceitamos as do outro?

Nossa sociedade é plural, é metafônica e não podemos querer voltar a um passado em que uma única opinião ou uma verdade era forçadamente ensinada e aceita por todos.

Empatia.

Precisamos viver isso, nos colocar na dor e sofrimento daqueles que são e estão subjugados por um desejo perverso de calar e impedir a manifestação do que é diferente e às vezes, anormal aos olhos da maioria.

Resista e seja a força daqueles que precisam e merecem respeito, aceitação e vez na sua pluralidade de cor, sexo, religião ou quaisquer outros motivos que os diferenciam.


Wilton Lima

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

RETALHOS

Imagem: Revista Globo Rural
A caminhada não tem sido fácil e eu sabia que não seria. Porém, eu estava anestesiado pelos prazeres momentâneos a tal ponto de achar que tudo ia bem e que assim seria até o fim.

Eu não havia chegado nem à metade do objetivo, na verdade não saberia mensurar a que ponto da caminhada eu estava. Sabia que estava longe e não sabia mais para onde eu estava indo.

Eu parei!

Não sabia se eu desistia ali mesmo ou se deveria tentar voltar.

Eu me perdi!

Naquele momento me restaram apenas retalhes de um sonho, fragmentos de um desejo que insistia em desaparecer.

Tudo era retalho. Eu estava caído e me tornando em meros estilhaços do que fui.

A parada foi necessária. Estava sozinho, algumas vezes cercado de pessoas, mas me sentia sozinho. Não conseguia gritar. Não sabia as palavras certas para pedir ajuda; socorro!

Eu chorei!

As lágrimas se tornaram minha companheira fiel. Meus soluços eram os únicos sons que eu conseguia formular.

Decidir continuar!

Juntei meus retalhos espalhados ao chão e decidir tentar de novo.

Eu tinha certeza que iria tropeçar novamente, possivelmente até cair, mas havia perdido esse medo da queda.

Eu devo ter deixado pelo caminho pequenos retalhos, não sei se devo voltar ou continuar. Há um Brilho forte adiante que me puxa com força. Mesmo querendo voltar e concertar o que ficou para trás, a luz que vejo parece-me mais atraente.

Ainda tenho sonhos. Ainda acredito neles e esse Brilho me diz que devo continuar firme, pois devo está bem perto.

Eu vou seguir!

Talvez os retalhos esquecidos eram preciso ficar para trás. Talvez fazia parte do plano esquecê-los. É, deve ser isso.

Vou então continuar ardoroso por esse Brilho.

Wilton Lima

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

EXTERNANDO-ME #001

DESAFINOU

Não consigo me enganar 
Não posso disfarçar 
Antes eu dançava levemente 
Sorria pra guardar as lágrimas 
Abraçava com dor, mas livremente 

Antes essa música me alegrava 
Mesmo que sem verdades 
Dançava para agradar, 
Bailava para suavizar
Só pra encantar! 

Tudo era belo 
As cores fluíam 
Todos sorriam 
Mas não tinha melodia 

Descobri que dançava fora do ritmo 
Embalado por uma canção desafinada 
Por uma letra confusa 
Sem verdades e nenhuma magia 
Dancei porque alguém queria. 

Minhas pernas hoje me obedecem 
Não danço porque me pedem 
Não amo de palavras 
Não amo de abraços
Nem de sorrisos! 

Descobri uma nova canção 
Uma canção com verdade 
Embalada pela alegria 
Afinada pelo amor 
Com uma letra fascinante. 
Uma que jamais desafinaria.


Wilton Lima

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

EU ME RECORDO

Eu me recordo da simplicidade que era brincar na rua, às vezes debaixo de chuva e após ela, quando brincávamos na areia debaixo daquele pé de manga gigantesco aos nossos olhos. 

Me recordo das brigas com as outras crianças, mas horas depois estávamos juntos, brincando novamente. 

Eu me recordo!

Era tudo tão simples, tão pouco, mas não faltava nada e se faltasse a alguém, dividíamos ou emprestávamos os nossos brinquedos. 

E o mais o importante, éramos felizes!

Quando Jesus fala para nos tornarmos como as crianças, Ele fala disso... 

Não se importar, não guardar mágoas e ser feliz no muito ou no pouco, apenas ser feliz. Fazer o bem ao outro e dividir quando for preciso. 

É simples, mas é nessa simplicidade que podemos nos tornar grandes.

Wilton Lima