sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

RETALHOS

Imagem: Revista Globo Rural
A caminhada não tem sido fácil e eu sabia que não seria. Porém, eu estava anestesiado pelos prazeres momentâneos a tal ponto de achar que tudo ia bem e que assim seria até o fim.

Eu não havia chegado nem à metade do objetivo, na verdade não saberia mensurar a que ponto da caminhada eu estava. Sabia que estava longe e não sabia mais para onde eu estava indo.

Eu parei!

Não sabia se eu desistia ali mesmo ou se deveria tentar voltar.

Eu me perdi!

Naquele momento me restaram apenas retalhes de um sonho, fragmentos de um desejo que insistia em desaparecer.

Tudo era retalho. Eu estava caído e me tornando em meros estilhaços do que fui.

A parada foi necessária. Estava sozinho, algumas vezes cercado de pessoas, mas me sentia sozinho. Não conseguia gritar. Não sabia as palavras certas para pedir ajuda; socorro!

Eu chorei!

As lágrimas se tornaram minha companheira fiel. Meus soluços eram os únicos sons que eu conseguia formular.

Decidir continuar!

Juntei meus retalhos espalhados ao chão e decidir tentar de novo.

Eu tinha certeza que iria tropeçar novamente, possivelmente até cair, mas havia perdido esse medo da queda.

Eu devo ter deixado pelo caminho pequenos retalhos, não sei se devo voltar ou continuar. Há um Brilho forte adiante que me puxa com força. Mesmo querendo voltar e concertar o que ficou para trás, a luz que vejo parece-me mais atraente.

Ainda tenho sonhos. Ainda acredito neles e esse Brilho me diz que devo continuar firme, pois devo está bem perto.

Eu vou seguir!

Talvez os retalhos esquecidos eram preciso ficar para trás. Talvez fazia parte do plano esquecê-los. É, deve ser isso.

Vou então continuar ardoroso por esse Brilho.

Wilton Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário