domingo, 31 de março de 2019

A IGREJA NA DITADURA MILITAR - Parte 03

A resistência de parte da Igreja Católica e seu apoio ao Golpe Militar de 1964 no Brasil.

Castigados Pela Resistência ao Regime 

Depois da decepção de não ter suas expectativas alcançadas quanto ao apoio dado ao golpe de 1964, movimentos de resistência à Ditadura Militar ganhou força e apoio do próprio Vaticano que veio censurar a ditadura com o tempo de repressão estendido. A CNBB antes a favor tornou-se uma potente voz contra o regime. 

A Igreja e a própria CNBB se tornaram, a partir do AI-5, uma voz contra a ditadura. A igreja mudou de posição à medida que padres, bispos e religiosos eram também perseguidos e vitimizados pela ditadura. O d. Adriano Hipólito, por exemplo, bispo de Nova Iguaçu (RJ), foi apreendido e torturado (Frei Betto, 2004, Entrevista UOL).

No início, o Vaticano através do papa Paulo XI não se posicionou contra a ditadura, mas com "toda essa repressão que atingiu os bispos, fez com que a igreja assumisse cada vez mais uma posição crítica à ditadura" (Frei Betto, 2004). 

Frei Betto, Frade Dominicano e escritor, mineiro de Belo Horizonte, era um jovem estudante adepto da Teologia da Libertação quando as tropas derrubaram João Goulart, em 1964. Foi preso pela primeira vez dois meses após o golpe, permanecendo 15 dias detido. O segundo cárcere foi mais longo, entre 1969 e 1973, e mais cruel. Frei Betto foi submetido a sessões de torturas nos porões do DOI-Codi (Destacamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo, comandado pelo Coronel Brilhante Ustra

Primeiro eu fui levado até o comando da Marinha, na praça Mauá (centro do Rio), onde nós fomos torturados, interrogados e transferidos para Ilha das Cobras (RJ), no quartel de fuzileiros navais. Ficamos uma semana presos e depois fomos levados de volta ao apartamento em que morávamos por conta da CNBB, mas especificamente por conta de Dom Helder Câmera, que era assistente da Ação Católica, e ficamos em prisão domiciliar mais uma semana. Depois fomos liberados sem que houvesse processo formal (Frei Betto, 2004, Entrevista UOL). 

Muitos padres e religiosos, contrários ao regime, foram presos e torturados. Alguns resistiam na clandestinidade, de modo que ajudaram muitos outros a terem abrigo para que não fossem presos pelos militares.

A igreja falhou em seu apoio, mas logo teve que se voltar contra o regime opressor, que calou milhares de forma permanente. Mesmo existindo defensores da ditadura não só dentro da Igreja, mas na sociedade em geral, o apoio se tornou minoria, não tendo representação expressiva nem dentro ou fora da Igreja. 
......
Não se teve como pretensão, no presente trabalho, expor todas as causas e efeitos que geraram o apoio e resistência da Igreja. O trabalho foi baseado no estudo de artigos publicados por acadêmicos e mestres no assunto. Levando em consideração trabalhos publicados pela Igreja e representantes da mesma. A partir de pesquisa, nas principais obras que tratam do assunto, buscou-se definir uma estrutura norteadora, principalmente ao pesquisador, buscou-se, também, classificá-la quanto à natureza do problema e quanto aos objetivos, como foi exposto no presente projeto de pesquisa. 

O objetivo da realização deste projeto, teve como finalidade esclarecer o envolvimento da Igreja Católica com a Ditadura Militar no Brasil e sua reviravolta no processo em que membros da cúpula da Igreja brasileira foram torturados e censurados pelo regime. Entender as motivações que levaram grupos políticos dentro da igreja, a apoiar e resistir a duras conseqüências ao regime que se estabeleceu no Brasil por 21 anos e que até os dias atuais, não tivemos punições aos torturadores de milhares de inocentes, incluindo crianças e idosos.

Wilton Lima

Parte do trabalho apresentado no curso de Jornalismo na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, ministrada pelo saudoso professor Gerison Kesio, em 2014.

sábado, 30 de março de 2019

A MUDANÇA NECESSÁRIA

Interessante como mudar de opinião é fácil. É difícil, às vezes, assumir esta mudança!

Não que seja errado mudar, mas quando mudamos ao ponto de ir contra aquilo que chamamos de princípios, quando mudamos para agradar ou mesmo ferir outros é que entendemos o quanto cruel é o ser humano e como é capaz de ferir e magoar por motivos fúteis ou por meros interesses próprios.

Na caminhada, eu passei muitas mudanças.

Mudei pensamentos, gostos, sonhos e assim, até mesmo mudanças ideológicas. Durante essa minha pequena caminhada, encontrei muitos desafios e o maior deles foi o de conviver com pensamentos diferentes, de estar com pessoas mutáveis e fáceis ao erro. Mesmo sabendo que o mesmo ocorre comigo. 

Aprendi na dor e a com a dor, que o ser humano tem um instinto cruel de coagir, manipular, dominar e conseqüentemente fazer sofrer. 

Aprendi que não importa o quão grande seja meu ciclo de amizade para que eu seja feliz e realizado e que não importa ter opiniões próximas, concordâncias de sonhos e objetivos semelhantes para alcançar minha realização enquanto sociedade. 

O mais importante eu aprendi. Eu não preciso mudar com o desejo de agradar e ser como querem que eu seja. 

Aprendi a viver livre e feliz com o que tenho e ao lado dos que tenho na vida, sempre sendo quem sou.

Wilton Lima

sexta-feira, 29 de março de 2019

A IGREJA NA DITADURA MILITAR - Parte 02

A resistência de parte da Igreja Católica e seu apoio ao Golpe Militar de 1964 no Brasil.

O apoio da Igreja Católica

Com a ameaça de se estabelecer no país o socialismo marxista, entendido hoje, como o Comunismo, a Igreja viu-se ameaçada pela invasão de teorias tidas como heréticas considerando seus dogmas. 

O apoio despendido pela Igreja Católica no início do governo militar foi providencial para a concretização do golpe. Essa mobilização por parte da Igreja ocorreu, principalmente, como combate à ameaça do Comunismo, com sua crença ateísta, e o crescimento inerente dos movimentos de esquerda durante a década de 1960. A ação da Igreja não foi muito diferente de diversos setores da sociedade que, temendo e desintegração e a desordem social, se aliaram ao regime (Ana Carolina Machado de Sousa, 2011, historiandonet07).

Houve dentro da Igreja uma divisão de conceitos, trazendo à tona movimentos políticos de esquerda e direita. O setor mais conservador ganhou a discussão e cedeu forte apoiou o golpe militar que deu origem aos 21 anos de opressão no Brasil. A Igreja, através de seus bispos mais influentes e conservadores, entendiam que a ditadura não se estabeleceria por muito tempo, e que por falta de apoio público a situação se estabeleceria logo, mas no momento de crise o mais importante era exterminar a ameaça do comunismo, o que seria perigoso e desastroso para a Igreja Católica e até as protestantes terem sua continuidade com livre expressão no país. 

Em meados de abril de 1964, numa reunião no Rio da qual participei como membro da direção da Ação Católica, houve uma furiosa discussão entre bispos conservadores e progressistas, tendo ganhado o setor conservador. E a CNBB oficialmente apoiou o golpe por ter livrado o Brasil da ameaça comunista (Frei Betto, 2004, Entrevista UOL).

A certeza de que a ditadura não se fortaleceria falhou, ela não só se aprimorou na sua crueldade, no seu desrespeito aos direitos humanos, principalmente a partir de 1968 com o Ato Institucional nº 5 (mas conhecido como AI-5), como também durou 21 anos, uma época que a Igreja e ninguém esperava que acontecesse. 

A Origem e a Punição na Teologia da Libertação 

A Teologia da Libertação surgiu na metade do século XX baseada em dois momentos registrados na Bíblia. Primeiro momento foi a saída do povo de Deus do Egito, onde sofreu com a escravidão e opressão, e o segundo momento foi o resgate do próprio Cristo ao libertar o ser humano do seu estado de sofrimento na terra, morrendo e implantando o reino de Deus aqui na terra. 

Como a teologia tradicional importado da Europa não condizia com a realidade vivida pela massa latino-americana, escravizado e oprimida pela exploração colonial, o desejo de liberdade bate à porta de uma ala progressista da Igreja. 

A teologia da libertação é resposta à problemática pastoral da Igreja, especialmente colocada no contexto latino-americano, em que a luta pela libertação constitui uma exigência fundamental do Evangelho e uma antecipação do Reino de Deus... A salvação de Deus não é um simples estado d’alma, nem, muito menos, uma salvação após a morte, mas uma libertação histórica, a ser desfrutada, aqui e agora, pela pessoa e pela sociedade (CATÃO, 1986, p. 63 e 67).

Leonardo Boff ao olhar para esta “nova” teologia, disse que “não se trata de outra fé, mas da fé dos apóstolos e da Igreja articulada com as angústias e as esperanças de libertação dos oprimidos” (BOFF, 1986, p. 65). Dessa maneira, a Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano de Medellín 

estabelece com vigor que os cristãos precisam se empenhar na luta contra as estruturas injustas da sociedade latino-americana e que este empenho é fundamental e básico para toda ação pastoral. Em antítese à Primeira Conferência, de 1955, a Segunda Conferência, de 1968, orientou a ação da Igreja a partir da promoção humana e da libertação, colocando em cheio a questão do sentido teológico desta ação, questão para a qual a teologia da libertação propõe uma resposta (CATÃO, 1986, p. 57). 

Foi com esse discurso de libertação que os expoentes Frei Betto e Leonardo Boff lutaram contra a opressão causada pela Ditadura Militar no Brasil. 

Tinha perdido a esperança. Que é pior do que perder a fé. Quando o Vaticano interveio na Vozes em 1992, depuseram toda a direção, nomearam um alemão como interventor, que a primeira coisa que fez foi pegar os nossos livros e mandar picotar e queimar. Pegou o arquivo todo da Teologia da Libertação, aquela coleção de cinqüenta tomos, trabalho fantástico de bispos, de teólogos de toda a América Latina, pegou aquilo e jogou no lixo, para ser levado pelos caminhões: ainda consegui correr atrás e salvar. E disse que a Vozes, eu e a Teologia da Libertação fizemos uma chaga muito grande na Igreja e que essa chaga devia ser sanada. E deu uma guinada fantástica na Vozes, que passou a ser uma editora de direita, fechada, contra a Teologia da Libertação. E virou censor pessoal meu. Cada artiguinho que eu fazia ele corrigia tanto, que não dava nem pra publicar. Senti uma profunda humilhação da inteligência: uma editora que ajudou a pensar o Brasil mais à esquerda, o cristianismo mais de libertação, sofrer esse tipo de intervenção. Aí eu digo: "Não, isso é injusto. Um editor que manda queimar livros, como pode ser um editor?" (BOFF, 1998, Site TERRA).

Mesmo com toda luta de resistência e opressão ocorridas durante os 21 anos de ditadura no Brasil, Leonardo Boff continuou seu discurso progressista e crítico em relação às ações da igreja, da qual ele considerou corrupta e desfavorecida aos mais pobres. Discurso que viria incomodar o Vaticano. Em seu livro Igreja, Carisma e Poder, Boff divergia da doutrina católica com respeito à hierarquia da Igreja, esse discurso lhe rendeu um processo junto à Congregação para a Doutrina da Fé. O processo foi finalizado e assinado pelo Cardeal Joseph Ratzinger, foi condenado ao silêncio, perdendo sua cátedra e funções editorias que mantinha na Igreja Católica.

Wilton Lima

Parte do trabalho apresentado no curso de Jornalismo na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, ministrada pelo saudoso professor Gerison Kesio, em 2014.

quinta-feira, 28 de março de 2019

Crer e Pensar #009

SOU CRISTÃO APESAR DA IGREJA - Parte 01


Eu nasci e me criei em um lar cristão evangélico. Fui doutrinado em uma igreja de costumes bastante conservadores e nela permaneci, atuante, até os meus 24/25 anos de idade. 

Pelos ensinamentos e exemplos que tive, eu tinha medo de dizer o que eu pensava. Não ousava formular uma crítica a respeito de qualquer coisa. A palavra do pastor era sempre a final. 

Aos 15 anos eu sai de casa pela primeira vez e fui morar com um tio em outra cidade e lá, tive contato indiretamente com pessoas de outras igrejas, com pensamentos e costumes diferentes, mas ainda assim me mantive fiel ao que aprendi. 

Um ano depois retornei à minha cidade, um pouco mais conservador do que antes. 

As coisas só iriam mudar um pouco, quando aos 18 anos fui morar em uma cidade maior. Continuei nesta mesma igreja, onde cresci muito em conhecimento. Conheci pessoas com ideias de um cristianismo muito diferente daquele que me foi apresentado desde a infância. Aprendi a desenvolver um cuidado maior com as pessoas, a ouvir mais as dores do outro. Entendi que meu pensamento não deveria ser totalmente ligado ao céu e que eu precisava entender que existiam muitos ao meu redor, precisando de amor e atenção. Entendi que mesmo não sendo deste mundo eu estava nele e assim, deveria fazer alguma diferença. 

E a caminhada na vida cristã continuava. 

Agora, com mais questionamentos, com vontade de compreender e não de apenas ouvir e aceitar o que era dito. 

Porém, questionar não era uma decisão aceitável por muitos, mas calar meus argumentos não era uma escolha minha. 

Era difícil ser quase sempre a pessoa que não concordava. Era difícil manter minha voz calada. 

Entendo que a igreja, como comunidade religiosa, seja necessária na vida de uma pessoa. E fui aprendendo, aos poucos, com muita dificuldade e muita dor, que as igrejas eram falhas, que eram lideradas por homens, muitas vezes donos de uma verdade absoluta e inabalável, às vezes por causa de uma história construída, mas que eram falhos como qualquer um de nós. 

Não foi fácil aceitar que eram muitas as mentiras contadas, que eram muitas as dores camufladas. 

Eram agora, muitos os questionamentos e muitas dúvidas. Minha crítica então, se tornava cada vez mais forte. 

Ícones eleitos por mim durante a infância e começo da adolescência, eram desconstruídos quando se abriu a fonte de um conhecimento maior. Quando eu mesmo ia até a fonte em busca da verdade. 

Eu não guardo mágoas ou mesmo traumas de igrejas onde passei e congreguei. Me alegro pela família de amigos que construí e que os tenho comigo até hoje. 

Porém, foram muitas as dores e feridas causadas pela igreja, com marcas de cicatrizes permanentes. 

Eu aprendi a pensar. Aprendi a crer, mas não ausentando o meu pensar. Aprendi com Paulo que hoje é racional o meu culto, que é autêntico e livre o meu falar com Deus, que meu único mediador é Jesus, meu único consolador é o Espírito Santo e que Deus, somente Ele é o único que pode perdoar os meus pecados. 

Apesar de tudo, minha alma sobreviveu, como diz Philip Yancey. E continuo nesta caminhada.

Sim, sou cristão, apesar da igreja e daqueles que a lideram.


Wilton Lima

terça-feira, 26 de março de 2019

A IGREJA NA DITADURA MILITAR - Parte 01

A resistência de parte da Igreja Católica e seu apoio ao Golpe Militar de 1964 no Brasil.

O Brasil vivia uma crise política que se arrastava desde a renúncia de Jânio Quadros em 1961. Seu vice-presidente, João Goulart, que ficou conhecido popularmente como Jango, assumiu a presidência num clima político adverso. O governo de João Goulart (1961-1964) foi marcado pela abertura às organizações sociais. Estudantes, organizações populares e trabalhadores ganharam espaço, causando temor nas classes mais conservadoras.

A Igreja Católica, ameaçada com tais movimentos sociais, apoiados por um discurso realizado no dia 13 de março de 1964, onde João Goulart, na Central do Brasil (Rio de Janeiro), defende as Reformas de Base. Neste plano, Jango prometia mudanças radicais na estrutura agrária, econômica e educacional do país. Todos temiam uma guinada do Brasil para o lado socialista.

Seis dias depois, em 19 de março, os conservadores organizam uma manifestação contra as intenções de João Goulart. Foi a Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu milhares de pessoas nas ruas do centro da cidade de São Paulo e que auxiliou na queda de Jango. Tal movimento, segundo Frei Betto, foi financiado pela CIA, a Central de Inteligência dos Estados Unidos.

Apoiado pela religião predominante no país e pela classe média, o golpe de 1964 ganhou força. A Igreja temia a instauração do Comunismo no Brasil, movimento com base socialista que defendia os menos favorecidos na sociedade. 

A CNBB (Confederação Nacional do Bispos do Brasil) declarou oficialmente apoio ao golpe por ter livrado o Brasil da ameaça comunista. O setor mais conservador da Igreja pensou que depois de derrubada a ameaça comunista, o clima se estabeleceria no país. Mesmo não tendo um apoio explícito e forte da população, a Igreja pensou que os militares não teriam respaldo da opinião pública e a ditadura não duraria muito tempo, porém, a Igreja se enganou. Foi quando começou o período político mais opressor da história do Brasil.

Wilton Lima

Parte do trabalho apresentado no curso de Jornalismo na disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, ministrada pelo saudoso professor Gerison Kesio, em 2014.

segunda-feira, 25 de março de 2019

EU TENHO UM SONHO

"Nós somos feitos da matéria de que são feitos os sonhos; nossa vida pequenina é cercada pelo sono” SHAKESPEARE

Eu tenho um sonho. Sonho com uma sociedade diferente, onde as pessoas não se importarão mais com a cor da pele, com o quanto temos de dinheiro ou quanto politizado nós somos.

É utópico. Mas eu vivo por utopias.

Eu nasci em meio a transformações no mundo. A queda de um muro que dividia vidas e sonhos; o fim da segregação em uma nação, por causa da cor da pele.

Mas não foi o fim. 
Estamos longe.
Ainda é um sonho!

Os muros continuam a ser construídos nos corações dos homens, dividindo uns daqueles que pensam e agem diferente. A cor da pele ainda é um obstáculo para muitos, em nações onde prevalece a hegemonia de uma raça pura, assim como ensinara Hitler.

Muitos, brancos e negros, permanecem calados diante ao preconceito. Uns por medo, outros por aceitação. E como foi alertado por Martin Luther King, é preocupante o silêncio dos bons. 

Porém, quem é bom?

Em nossa sociedade tem sido bom aqueles que promovem o ódio ao diferente. Tem sido bom aqueles que lutam contra ideologias diferentes das suas, com o discurso de retomar a moral da nação. Tem sido bom, os que defendem a volta da tortura e o silêncio forçado daqueles que não concordam ou que apenas lutam por direitos, que porventura não os têm.

Mas eu tenho um sonho. Vivo com esse sonho e almejo um alcança-lo.

É possível sim uma sociedade que não trata diferente por causa da sua cor, da sua religião, da sua opção sexual ou da sua origem. Sim, é possível!

O sonho começa a ser realizado por nós que acreditamos no amor, na força transformadora deste amor.

“Agora é hora de sair do vale escuro e desolado da segregação para o caminho iluminado da justiça racial. Agora é hora de retirar a nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a sólida rocha da fraternidade. Agora é hora de transformar a justiça em realidade para todos os filhos de Deus” (Martin Luther King).

É o nosso momento de transformar o sonho em uma realidade. É nosso momento de lutar, com aqueles e por aqueles, que já não têm mais forças para continuar.

Sejamos resistência a tudo aquilo que maltrata e exclui o outro.

Sejamos pontes de amor, cuidado e proteção.


Wilton Lima

sexta-feira, 22 de março de 2019

DESTRUA OS MUROS, CONSTRUA PONTES

Eu tinha 6 de meses de idade durante um dos acontecimentos mais marcantes da nossa história recente; a queda do Muro de Berlim. 

Iria fazer no mês seguinte, 5 anos, quando chegou ao fim o mais rigoroso regime de segregação racial após a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu na África do Sul, que levou o nome de Apartheid e levou à prisão o maior nome contrário ao regime. Nelson Mandela, passou 27 anos preso, simplesmente ao lutar por direito iguais para os negros. 

Muita coisa aconteceu no mundo nos últimos 30 anos. Muitos muros foram derrubados. Muros do preconceito, descriminação, muros de ódio e segregação. Porém, me dói o peito ao ouvir de muitos, às vezes próximos, defender a necessidade de erguer novos muros. Dói no peito a feita de amor em nosso meio. 

Fico a lamentar e resistir o julgamento daqueles que deveriam levar o amor incondicional de Cristo a todos, sem porquês ou talvez. 

Muitos que deveriam ser uma ponte, um elo de ligação dos necessitados a este amor, tornam-se muros firmes e inabaláveis pela dor e sofrimento do próximo. Esquecem que são iguais, falhos e pecadores, nem mais, nem menos, apenas indignos deste amor inexplicável de Jesus. 

Amor que nos é dado sem merecimentos! 

Eu me alegro ao estudar a história de homens e mulheres como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, as 129 operárias estadunidenses queimadas numa fábrica em Nova Iorque, em 1857, as tecelãs e costureiras de 1917, nas greves por direitos na Rússia ou até mesmo nossa Marielle Franco, uma socióloga envolvida na política pela defesa dos Direitos Humanos, morta brutalmente no Brasil em 2018. 

Fico feliz em ver jovens sendo a resistência em meio ao ódio e segregação. Me alegro por não lutar sozinho esta batalha. 

Porém, sei que não é fácil. É uma luta contra gigantes. Muitos têm sua voz calada, às vezes suas vidas tiradas. Não fácil ir na contramão, não é fácil dizer não. 

Os poderosos continuarão a nos oprimir e a segregar, às vezes em nome da moral e dos bons costumes, às vezes tentarão até nos calar. Mas lembremos das lutas dos que vieram antes de nós, inspiremo-nos neles e nelas. 

Não é fácil, não está sendo e nem será fácil! 

Mesmo assim, ao ver muros sendo erguidos por aqueles que têm o poder, dado democraticamente pelo povo, é satisfatório ver a luta de milhares que não aceitam ser muros e têm sido pontes que levam pessoas ao amor, guiam outros a liberdade e esperança. 

Em um mundo que tentam reconstruir o que já foi derrubado, que tentam resgatar a lei do ódio, da vingança e da morte, sejamos a transformação. 

Sejamos pontes de amor, cuidado e proteção.

Wilton Lima

terça-feira, 19 de março de 2019

SIM, EU SOU NEGRO!

"O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons"
Martin Luther King

O que uma cor representa para você?

A cor da pele de alguém, diferente da sua, muda alguma coisa?

Como tem sido seu olhar?

Como você reage às lutas por igualdade em uma sociedade multirracial, porém extremamente preconceituosa como a nossa?

O Brasil é um país fantástico, de muitas cores. Um país que sempre atraiu. Porém, é um país que mata, de forma absurda e em números significantes, aqueles que são diferentes, aqueles que não se enquadram nos padrões de uma elite branca, de costumes conservadores e pior, que muitas vezes se dizem cristãos. 

Um país que julga o outro pela cor da sua pele, pela forma como se veste ou fala. 

Um país que acha engraçado as piadas com negros, mulheres, homossexuais, índios ou quaisquer outras “minorias” que sejam diferentes. Um país que segrega quem outrora foi receptível. Que julga os fins das tragédias nas favelas espalhadas em todo Brasil sem querer entender as razões que as levaram acontecer. 

De uma cultura racista que ao cruzar com um negro na rua, à noite e com pouca iluminação, já sente o medo de um assalto ou crimes semelhantes. Um país que julga aqueles que estão entregues às drogas, moradores de rua, vivendo à margem desta sociedade. 

Ao lembrar de relatos históricos da exclusão e das mortes de milhares de negros no meu Brasil, ao ouvir todos os dias sobre preconceitos por causa do tom escuro da pele e de crianças que são excluídas pelos colegas nas escolas, eu não ousaria dizer que sofri com o fato de eu ser negro, porém, não quero dizer que não tenha ouvido brincadeiras quanto a minha cor, apelidos pejorativos e que nunca me senti diferente ou excluído. Sim, isso já aconteceu! Mas vejo dores maiores e delas eu compartilho. 

Quando criança algo me incomodava. Tinha um vizinho, ainda tenho na verdade, que nunca me chamava pelo nome. O tratamento era sempre “neguinho” e não era em tom de carinho e respeito. Me incomodava, mas eu não tinha coragem ou forças para reagir. Só na adolescência tomei coragem de dizer algo como: “meu nome não é neguinho, meu nome é Wilton”. Demorou, mas impus meu respeito e aceitação. 

Aparentemente isso é normal em nossa sociedade. Mas cuidado, nem sempre a forma como você é tratado é a certa. Imponha-se e não tenha medo ou vergonha de ser quem você é ou como é. 

Até quando nós vamos aceitar o preconceito sem nenhuma reação?

Até quando vamos nos calar quanto as mortes dos nossos semelhantes? Milhares de negros, mulheres, homossexuais, índios, nordestinos ou simplesmente pessoas que pensam e agem diferente.

Até quando vamos aceitar isso?

Temos voz e com ela devemos resistir a tudo isso. Sentir a dor do outro e lutar juntos por um país justo e com direitos respeitados. Todos os dias e em todos os lugares. 

Não magoe e nem se deixar magoar! 

Não tenha vergonha de quem você é. Não importa a cor da sua pele, não importa a religião que você segue, não importa sua opção sexual. 

Não importa! 

Lute e seja a resistência em meio ao preconceito e todo tipo de intolerância.

Wilton Lima

segunda-feira, 18 de março de 2019

UM COMEÇO PARA ESQUECER

Ainda estamos em março de 2019 e já é um ano que queremos nos despedir, urgente!

É difícil externar algo diante de tantas atrocidades que vivenciamos nesses primeiros meses do ano.

Brumadinho e Suzano, dificilmente sairão das nossas memórias. Casos distintos, mas que envolvem a falta de amor e cuidado; que mostram o desprezo e a falta de compaixão do homem.

A ganância matou centenas em Brumadinho, deixou outras centenas de luto. O ódio matou o sonho de alguns adolescentes em Suzano, deixou milhares em choque, com medo. Eles destruíram famílias e deixaram o país em lágrimas.

Lágrimas que diante de tanta crueldade não querem cessar e não me deixam expressar outro sentimento que não seja repúdio ao que temos feito enquanto sociedade, enquanto pessoas.

É difícil dialogar em meio a falta do amor, da falta de empatia pelo outro.
Difícil aceitar que tentam simplificar toda a dor ou até mesmo levá-la a um nível de "espiritualidade" ultrajada pela busca dos bons costumes, pela segurança e poderes individuais que atropelam, sem nenhum pudor, a vez do próximo.

É difícil viver em uma sociedade que não quer ser receptível ao seu semelhante. Pessoas que não amam pessoas. Que alimentam apenas um ego próprio.

É difícil!

É difícil ver que aqueles que deveriam externar o amor daquele que eles se dizem ser seguidores, não o fazem. Eles têm mais afastado as pessoas da verdade do que trazê-las a realidade no amor verdadeiro, onde não há diferenças, onde não há sacrifício para alcançá-lo, apenas amar e viver este amor.

Não existe solução maior, para resolver tudo isso que estamos presenciando e sentindo.

É difícil!

Porém, precisamos erguer nossa voz, reavivar nossa esperança, acreditando em dias melhores e lutando com amor contra o ódio que se espalhou em nossa nação. Resistindo e sendo a força daqueles que a perderam, ajudando-os a se reerguer para continuar a caminhada difícil que temos à frente.

Juntos e unidos. Vivendo, espalhando e sendo amor com todos e para todos, sem diferenças, apenas no amor!

Seja amor. Espalhe o amor!


Wilton Lima

quinta-feira, 14 de março de 2019

ADORAÇÃO CONTRADITÓRIA

Houveram certos momentos na minha vida em que me indaguei muito acerca de algumas coisas que me aconteceram. Acho que isso acontece com todas as pessoas que passam por momentos de conflitos e dúvidas.

Cheguei a sentir raiva de mim mesmo por algumas atitudes e feitos errados. Me culpava muito e não conseguia me perdoar!

E isso doía bastante!

Se já é difícil você perdoar o outro, torna-se mais difícil quando você não consegue perdoar a si mesmo. 

Cheguei ao momento de querer saber o motivo de tanto sofrimento e indagar até Deus o motivo de estar permitindo que coisas do tão ruins acontecessem comigo.

No momento da luta e de tanta dor, chega ser difícil acreditar que Deus está conosco. Pois tudo dá errado e como humanos, fracos como somos, queremos sempre o contrário. 

Não é fácil aceitar ou mesmo compreender as dores momentâneas.

É difícil entender o que Paulo diz na sua carta a Igreja em Roma, de que todas as coisas cooperam para o bem de quem ama a Deus, mesmo os momentos de dores (Romanos 8.28). 

Mas são nesses momentos que Deus quer ver nossa fidelidade e confiança nele.

Adorar a Deus quando as contas estão pagas, quando sobra dinheiro ao final do mês, quando todos os amigos estão pertos, quando temos saúde e tudo vai bem, é muito simples. 

Quando acontece o contrário, a adoração de muitos se esvai. 

Paulo declarou ter aprendido a adorar em todo momento. Estando alegre e estando triste, estando saudável ou doente, com dinheiro ou sem dinheiro! 

Podemos até querer saber o motivo da dor, da desgraça que sobreveio em nossa vida ou mesmo nos culpar por elas terem acontecido. As pessoas podem até dizer que foi culpa nossa e que o motivo de tanta dor, é o nosso pecado. 

Até mesmo nossa família pode se voltar contra nós!

Temos que manter firme nossa adoração!

E não existe exemplo maior que o de Jó. É totalmente contraditória sua adoração a Deus. Contraditória em relação ao que ele estava vivendo e ao que seus amigos e sua mulher lhes diziam.

Ele adorou a Deus em meio a toda dor que sentia!

Que sua dor e seus conflitos não te impeçam de ser grato a Deus! 

As lutas também são grandes motivos para adorar e agradecer. 

Na verdade, o maior motivo da nossa adoração, é a nossa existência!

Sejamos como Paulo e vamos ser gratos. Gratos por tudo (1 Tessalonicenses 5.18).


Wilton Lima

terça-feira, 12 de março de 2019

CRÔNICAS DE UMA INSÔNIA #008

MARCAS DO PASSADO

Existem momentos que marcam uma vida inteira, seja de forma positiva ou negativa.

Algumas vezes eles marcam tanto que não conseguimos nos desligar com tanta facilidade. Por isso, não conseguimos viver com intensidade o presente que nos é oferecido. Vivemos, então, de forma superficial e muitas vezes frustrada.

Não é fácil esquecer o que passou, ainda mais quando deixa marcas.

E as marcas sempre nos fazem lembrar do passado. Existem as marcas deixadas por pessoas que passaram na nossa vida e existem as deixadas por nós mesmos, essas são as mais difíceis de esquecer e aceitá-las.

Sempre esquecemos da nossa estrutura, esquecemos que somos pó, que somos falhos, que nós somos humanos e consequentemente, não somos perfeitos.

Ninguém nunca chegará a sua velhice sem nenhum arrependimento. Ninguém nunca ousará dizer: "Em nada me arrependo". Por mais que as palavras digam uma coisa, o coração acusará outra.

Então, o fim é necessário para que haja um recomeço. É necessário colocar um ponto final no passado que nos aflige, nos fazendo infelizes.

Por experiência própria, sei que não é fácil agir assim. Existem as marcas e elas insistem em trazer à memória o que aconteceu. São elas que me ajudam a lembrar daquilo que não me fez e nem fará bem.

É preciso superar o passado para assim, ser feliz. Enquanto continuarmos alimentando, com pensamentos, o que fizemos ou nos fizeram, viveremos frustrados.

Algumas marcas somem naturalmente com o tempo, outras ficarão por toda a nossa vida e elas devem servir de exemplo, de encorajamento e vontade de seguir em frente e não como um instrumento de dor e sofrimento.

Que possamos fazer dos momentos vividos, os bons e ruins, experiências para os novos desafios que nos esperam à frente.

Jesus nos orientou a ter força e bom ânimo diante das lutas e tribulações que viriam sobre nós (João 16.33) e São Paulo nos alegra com a carta que escreveu a igreja em Roma, com essas palavras: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Romanos 5.3-5).

Eu sei que não é fácil, mas é possível.
Dói, mas é suportável.

As lutas virão. Momentos ruins virão. Vamos errar muito, cairemos, nos decepcionaremos, nos magoarão, mentirão sobre nós e até, nos abandonarão!

Porém, frente a tudo isso devemos ter a certeza de uma coisa, Jesus Cristo será sempre nosso Guia e único referencial, um verdadeiro e fiel amigo!


Wilton Lima

segunda-feira, 11 de março de 2019

PAI, NOSSO HERÓI

Não sou de poucas palavras, porém elas faltam para expressar-me sobre o homem mais importante da minha vida!

Foi dele que herdei a paixão pela fotografia. Foi dele que herdei a compaixão e atenção pela dor do outro, mesmo que ele não saiba desse seu dom. Foi dele sim, que aprendi a pensar mais no próximo do que em mim mesmo.

Na Bíblia aprendemos pelos ensinamentos de Paulo, quando escreveu uma carta à Igreja em Roma, que devemos dar a cada um o que lhes devido (Romanos 13.7) e quero aqui, honrar a pessoa do meu pai, um homem humilde, que veio de uma família humilde e que criou uma família humilde, porém, cheia de amor e gratidão e que a única coisa que podemos dever a alguém é o amor. Amando assim, uns aos outros como o próprio Paulo no ensina na mesma carta.

Pai, sei que aqui posso falar por mim e pelos meus cinco irmãos. Que você é um ser humano incrível, de um coração inexplicável, de uma sabedoria que nós, em nossas formações acadêmicas, não podemos mensurar.

Sou grato a Deus pelo pai que tenho, pela família que faço parte. Me orgulho de ver a sua criação, de ver os frutos do seu trabalho e ver que tudo tem valido à pena.

Em suma, quero dizer que te amo e que quero um dia poder retribuir um pouco de tudo que tens feito por nós, das noites mal dormidas, dos sacrifícios feitos, por tudo. Se eu me tornar metade do homem que você é, tenho certeza que muito tenho alcançado.

Não só hoje, mas sempre quero desejar a você PAI, muito amor, muita paz e muita saúde para desfrutar os dias que virão.

Te amo. Te amamos!

Wilton Lima


sexta-feira, 8 de março de 2019

A EXPRESSÃO DO AMOR

Mulher 
Mãe 
Amiga 
Esposa 
Uma guerreira. 

Uma mulher consegue ser tudo que ela quiser 
Consegue exalar o mais puro e perfeito amor 
O maior expressado pela própria criação 
Um amor que não cabe apenas no coração. 

Adão sentiu sua falta antes de tê-la. 
Ele sentiu solidão 
Ele era incompleto! 
Deus então, a desenhou cuidadosamente. 
Fez um ser perfeito. 
Algo que o primeiro homem nunca poderia sonhar. 

E como sonhar com alguém que transcende a imaginação? 

Assim como Eva foi um feliz presente para Adão 
Sempre que uma mulher é colocada em nossas vidas 
Faz-se uma grande surpresa 
E traz aos olhos a mais doce emoção! 

Mulher! 
Ela consegue ser tudo! 
Dedicada, sensível e muito forte. 
Sempre nos surpreende. 
É indispensável 
És eternamente! 

Mulher 
Mãe 
Avó 
Irmã 
Namorada 
Esposa 
Uma guerreira! 
Sem você somos metade.

Wilton Lima

quarta-feira, 6 de março de 2019

Crer e Pensar #008

DE VOLTA AO VERDADEIRO E PURO CRISTIANISMO - Parte 03


Nas publicações passadas fiz alguns comentários sobre a atual situação da igreja brasileira, dando apenas minha opinião sobre tudo que vivenciei.

Quando afirmo que ainda sou cristão apesar da igreja, me refiro a igreja como instituição terrena e liderada por homens, sujeitos ao erro como qualquer um de nós.

A Igreja verdadeira de Cristo, ultrapassa os limites das quatro paredes de um templo, seja ele qual for. Esta Igreja está presente em milhares de outras. 

É uma Igreja dentro de templos religiosos!

Diante de tantas heresias e alucinações vindas da mente de líderes evangélicos só me resta, apenas, esperar naquele que é a razão da minha Fé.

Jeremias, em suas Lamentações, nos dá uma grande força pra superar essa situação caótica vivida na igreja brasileira. Nos ajuda com suas palavras ditas como oração, a não perder a Fé por causa do poço em que fomos lançados. Ele nos faz entender que unicamente a misericórdia do Senhor é causa de ainda não termos sido consumidos por todo o mal (Lamentações 3.22).

Ele nos ensina a trazer à memória somente o que nos dá esperança (Lamentações 3.21).

E minha maior alegria estar na esperança de um dia ver o Pai face a face, vê-lo assim como Ele é (1 Coríntios 13.12). Então, esse é meu pensamento diário. É o que trago a memória, e isso tem me dado esperança, tem me mostrado que tudo passará. Passará a terra com toda sua concupiscência, passarão os homens com suas maldades e doutrinas errantes, mas o que é da vontade de Deus permanecerá para sempre (1 João 2.17).

Minha maior alegria é saber que um dia não haverá mais pessoas usando a Palavra pra ganhar fama, pra juntar riquezas e não haverá mais engano.

Um dia tudo isso findará e aqueles que permanecerem fiéis ao Evangelho pregado por Cristo e seus apóstolos, que não se entregaram a ventos de doutrinas e não se entregaram a heresias, estarão com o Pai, na Glória Celestial, preparada desde a fundação do mundo (Mateus 25.34).

Que a nossa busca, seja agradar a Deus e não o homem e assim, alcançaremos a Glória eterna.

Voltemos o mais rápido ao que é Puro e Simples! 

Só a Deus, a Glória.

Wilton Lima

terça-feira, 5 de março de 2019

CRÔNICAS DE UMA INSÔNIA #007

A VERDADE A QUALQUER PREÇO

Ser a pessoa que todos amam. Isso seria maravilhoso. Viver em comunhão com todos com quem convivemos, sem discórdias e intrigas!

Para conseguir esse feito utópico, muitos vivem de maneira enganosa. Vivem de aparências. Transmitem aquilo que não são.

Nos últimos meses tenho me indagado se tenho sido realmente quem eu sou de verdade!

Revendo algumas atitudes minhas, conclui que forcei certos comportamentos meus, disse palavras e aceitei muitas coisas erradas. Somente pra manter determinadas amizades e ser alguém agradável, alguém que as pessoas gostassem.

Eu pensei que enganava os outros, mas na verdade enganei a mim mesmo!

Acreditava que em alguns momentos, apesar de parecer contraditório, fosse necessário fazer coisas que eu não gostava, dizer o que não queria e ser o que eu não era. Simplesmente para manter os amigos e ter a compreenssão deles.

Tudo era relativo. E eu achava necessário!

Diante de muitas coisas que aconteceram nesses últimos três anos, vi que essas minhas atitudes ajudaram, na verdade, a manter pessoas no meu ciclo de amizade e a continuar a ser uma pessoa agradável, porém, não me ajudaram a ser uma pessoa melhor!

Diante de comportamentos de alguns amigos próximos, passei a ver que não valia à pena mudar para agradar.

Realmente não vale!

Não vale à pena ser outra pessoa por causa de alguém!
Não vale à pena colocar a máscara do sorriso e aceitação!
Não vale à pena se calar quando o coração grita!

Realmente não vale.

Viva a verdade a qualquer custo. Seja verdadeiro com você mesmo.

Lutero, um dos responsáveis pela Reforma Protestante iniciada há pouco mais de 500 anos, disse certa vez que devemos buscar “a paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço”. E esse preço pode ser acompanhado, muitas vezes, por perdas. A perda de amigos, influencia e aceitação.

Sejamos o que somos!
Sem medo, ser!
Com a verdade que somos!

Wilton Lima