Talvez seja um adeus. Talvez seja o final da história ou mesmo eu, que não sei para onde ir, pois sem perceber, nos perdemos no caminho e nele ficamos estáticos.
Entre quedas e naufrágios a história mudou. Os caminhos foram alterados e tornou a caminhada cada vez mais difícil de suportar. Nós não entendemos o porquê de todos os acontecimentos, uns realmente foram provocados, achamos até que um dos naufrágios poderia ter sido claramente evitado, mas não evitamos e deixamos um dos barcos afundar. Não compreendemos a nossa decisão, apenas escolhemos; ou não, nem sabemos mais.
Incrivelmente, entre lapsos de memórias e lembranças de olhares intensos e apaixonados, eles tentam manter vivo aquele sentimento. Porém, algo teima em insistir no adeus.
Algo nos diz que os últimos versos estão perto. E mesmo sem planejar e ao desfazer totalmente o nosso projeto inicial, pudemos perceber que um sentimento puro e verdadeiro ainda se mantem vivo. Tão pulsante que o coração cria forças para lutar e tentar manter constante a nossa poesia.
Ficaram muitas cicatrizes daqueles dias de dores e incertezas. A dor ainda persiste, mas o que seria do amor sem as dores das nossas escolhas, dos caminhos trilhados e dos espinhos encontrados em meio ao caminho?
A história não pode acabar assim. Eu sei que foram muitas as tentativas e muitas renuncias, consequentemente muita lágrima derramada, mas não podemos acabar assim.
O coração está ferido e sem forças. Mas não culpamos um ao outro, na verdade não sabemos de quem foi a culpa, nem mesmo saberíamos explicar como chegamos até aqui. Eu não sei explicar como resistimos as dificuldades, as palavras contrárias e ao grito desesperado e silencioso da alma.
É verdade que mudamos a trajetória, mas conseguimos resistir a tudo. E agora nos parece ser um adeus? Seria necessário ou simplesmente chegou o dia do adeus?
Não!
Não pode acabar assim!
Provavelmente a nossa última rima já deve ter sido escrita. Mas não queremos isso, não agora; talvez, só não queremos. Então, decidimos ouvir o coração e tentar mudar os últimos versos escritos neste poema de dor e dúvidas. Agora sem medo e nenhuma culpa.
Será fácil? Possivelmente ainda mais difícil, mas ainda há um sentimento, ainda existe o amor e é com ele que iremos tentar reconstruir o que medo derrubou.
O caminho é outro, diferente daquele que foi planejado, mas seguiremos firmes com o amor ao nosso lado.
Wilton Lima