Eu tinha 6 de meses de idade durante um dos acontecimentos mais marcantes da nossa história recente; a queda do Muro de Berlim.
Iria fazer no mês seguinte, 5 anos, quando chegou ao fim o mais rigoroso regime de segregação racial após a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu na África do Sul, que levou o nome de Apartheid e levou à prisão o maior nome contrário ao regime. Nelson Mandela, passou 27 anos preso, simplesmente ao lutar por direito iguais para os negros.
Muita coisa aconteceu no mundo nos últimos 30 anos. Muitos muros foram derrubados. Muros do preconceito, descriminação, muros de ódio e segregação. Porém, me dói o peito ao ouvir de muitos, às vezes próximos, defender a necessidade de erguer novos muros. Dói no peito a feita de amor em nosso meio.
Fico a lamentar e resistir o julgamento daqueles que deveriam levar o amor incondicional de Cristo a todos, sem porquês ou talvez.
Muitos que deveriam ser uma ponte, um elo de ligação dos necessitados a este amor, tornam-se muros firmes e inabaláveis pela dor e sofrimento do próximo. Esquecem que são iguais, falhos e pecadores, nem mais, nem menos, apenas indignos deste amor inexplicável de Jesus.
Amor que nos é dado sem merecimentos!
Eu me alegro ao estudar a história de homens e mulheres como Mahatma Gandhi, Martin Luther King, Nelson Mandela, as 129 operárias estadunidenses queimadas numa fábrica em Nova Iorque, em 1857, as tecelãs e costureiras de 1917, nas greves por direitos na Rússia ou até mesmo nossa Marielle Franco, uma socióloga envolvida na política pela defesa dos Direitos Humanos, morta brutalmente no Brasil em 2018.
Fico feliz em ver jovens sendo a resistência em meio ao ódio e segregação. Me alegro por não lutar sozinho esta batalha.
Porém, sei que não é fácil. É uma luta contra gigantes. Muitos têm sua voz calada, às vezes suas vidas tiradas. Não fácil ir na contramão, não é fácil dizer não.
Os poderosos continuarão a nos oprimir e a segregar, às vezes em nome da moral e dos bons costumes, às vezes tentarão até nos calar. Mas lembremos das lutas dos que vieram antes de nós, inspiremo-nos neles e nelas.
Não é fácil, não está sendo e nem será fácil!
Mesmo assim, ao ver muros sendo erguidos por aqueles que têm o poder, dado democraticamente pelo povo, é satisfatório ver a luta de milhares que não aceitam ser muros e têm sido pontes que levam pessoas ao amor, guiam outros a liberdade e esperança.
Em um mundo que tentam reconstruir o que já foi derrubado, que tentam resgatar a lei do ódio, da vingança e da morte, sejamos a transformação.
Sejamos pontes de amor, cuidado e proteção.
Wilton Lima
Nossa vida marcada por muros e pontes...vamos viver de forma mais livre! Sejamos humanos! Façamos pontes!
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