quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

CRÔNICAS DE UMA INSÔNIA #002

AS PRIMEIRAS PALAVRAS

Durante uma dessas muitas noites de insônia, me recordava da minha avó materna. Quando criança eu costumava passar algumas tardes na casa dela e em uma dessas tardes ela me ensinou a escrever meu nome. 

Eu era criança, porém me recordo da alegria que eu senti ao perceber que sabia escrever. Antes disso, já havia aprendido as vogais e lembro-me de escrevê-las no quadro negro com giz, no meu primeiro ano de escola. 

Desde pequeno costumava rabiscar em cadernos ou qualquer pedacinho de papel os meus pensamentos. Às vezes olhando o que escrevia quando criança e já na adolescência, vejo a simplicidade e ousadia em querer rimar tudo com tudo. 

Sim, tenho muitos desses rabiscos guardados! 

Escrever sempre me trouxe muito alívio. As minhas maiores inspirações, outrora só vinham em momentos de grande tristeza, após decepções amorosas ou traumas pela quebra de confiança. 

Felizmente hoje eu consigo minhas rimas em um simples sorriso, na sinceridade de um abraço e esperança que me transmite um olhar. 

Ainda estou na busca pelas palavras certas. 

Porém, tento e quero ter a mesma clareza e sensibilidade daquela criança para rimar as coisas mais simples da vida, para dizer o quão bom e agradável é viver e compartilhar do amor.

Wilton Lima

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