SOU CRISTÃO APESAR DA IGREJA - Parte 02
Eu aprendi a pensar. Aprendi a crer, sem ausentar o meu pensar.
Não foi uma escolha fácil, muito menos aceitável por todos que faziam parte daquela igreja.
Eu me recordo de um domingo, mais precisamente em uma sala de aula da Escola Bíblica, onde pude ver nos professores que tive, um pensamento mais amplo sobre o Cristianismo, sobre como cuidar das pessoas mais de perto, sobre como verdadeiramente amar, sem importar-se com quaisquer diferenças. Claro que não foi aceitável aos meus olhos de imediato, pois estava enraizado em mim um pensamento muito conservador.
O despertar por novas leituras, de autores desconhecidos até então por mim, contribuíram bastante, também, para que me fossem abertos os olhos para uma nova realidade. A realidade ao Puro, Simples e realmente, ao Verdadeiro Cristianismo.
As aulas na Escola Bíblica me ajudaram a pensar fora daquilo que estava proposto, fora dos padrões pré-estabelecidos pela religião.
E o que era proposto, quase sempre me vinham os questionamentos, algo não muito aceito pelas lideranças desta igreja, que têm em seus pastores sempre a palavra final, quase sempre inquestionáveis. Sendo contrário, você é sujeito a repreensões, como o afastamento da comunhão com a comunidade cristã em questão, como não te deixar participar de muitas reuniões realizadas na igreja. Quando se é jovem, as limitações são ainda maiores.
Aos poucos, tais práticas não tinham mais sentido pra mim, agora um pouco mais questionador e que passei a enxergar um evangelho mais cheio de amor e compaixão, que une ao invés de excluir.
Com isso, porém, a caminhada cristã continuava mais difícil e com muitos desafios.
Ainda não era hora de romper com aquela igreja, apesar do desejo e necessidade aparente. O que me mantinha firme, ainda, era ver a luta constante de outros, que andavam na contramão de toda a repressão e exclusão implantadas por àqueles que só viam o seu próprio lado e que era, pra eles, mais fácil julgar as falhas e tropeços dos que estavam abaixo, hierarquicamente.
Eu ainda iria me envolver com a Igreja Local de forma mais intensa. Em trabalhos com adolescentes na Escola Bíblica, no Discipulado, no trabalho com Missões, que sempre me enchia os olhos. Tudo contibuiu é claro, para meu crescimento enquanto cristão que ama e busca a unidade.
Foram mais ou menos dois anos de muito trabalho espontâneo e com muita lealdade as raízes.
As amizades foram fortalecidas e me ajudavam a prosseguir. O desejo já era de continuar, mas passaria!
As limitações comecaram a aparecer. As diferenças não eram aceitas. Mas eu continuei. Eu deveria continuar.
Wilton Lima
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