Perder-se em meio ao caos que se tornou sua vida, foi algo tão inesperado quanto a aceitação de tudo que lhe foi proposto; em alguns momentos, imposto.
[...]
Transformar sua realidade e até mesmo forjar seus sentimentos para lhes parecerem aceitáveis aos olhos de quem o julga, ou mesmo de quem busca essa reciprocidade, tem aprisionado sua vida real ao ponto de nem mesmo saber quem ele é ou o que sente, nem por quem sente.
Ele se perdeu em meio a este caos!
As noites se tornam cada vez mais tensas, com um brilho tão forte que lhe tira a visão e o empurra ao caminho aposto àquele que grita seu coração;
e assim, mais uma vez, ele entra em um estado de dissensão.
E este conflito ganha forças e ele o alimento; inconscientemente acreditamos.
É certo que o medo que o rodeia e lhe toma pelas mãos, tem um papel fundamental nessa história. Um protagonismo descabido e sem controle algum.
Ele, porém, para e pensa:
— Voltar já não faz sentido, na verdade não tenho essa certeza.
Apenas sei que saí de um abismo profundo e me lancei em um outro que aprisionou o mais complexo dos meus sentimentos e ainda fez libertar meus piores monstros; e eles estão aqui, entrelaçados nos meus versos, que muitas vezes partem para uma direção duvidosa, eu diria até que perigosa, sem um rumo certo. Sou apenas levado pelo momento de dor que eu me lancei ou me fiz lançar!
Eu não sei...
Eu deveria voltar e tentar de novo?
— "Estamos perdidos em meio ao caos que se tornou nossas vidas!"
Sabemos que o caminho de volta é inevitável; ele ainda tem aquela luta, com seu misto de sentimentos complexo e inexplicável, criado por ele e que nos parece ser este, um caminho sem volta; e talvez deva ser.
O mais duro e difícil de ser aceito por ele é que em meio a tudo isso, ele se encontra sozinho e continua como um náufrago em alto mar. Mas bem distante, ele consegue perceber que há terra firme, mas teme ser apenas um delírio da sua mente já tão confusa.
Ele já não se encontra em si mesmo.
Busca refúgio nos seus versos; cheios de medo e dor...
Wilton Lima