sexta-feira, 28 de junho de 2019

OS ÚLTIMOS VERSOS Parte 01

A morte seria a melhor solução? Não há outro caminho a seguir ou definitivamente não vemos um alternativo? 



Quanto mais tentamos seguir outro caminho, na direção não somente aceitável, mas na que nos fará sofrer menos com as recorrentes dores do arrependimento, nos faltam as forças para seguir ou mesmo nos falta a certeza que será melhor.

É recorrente o questionamento do porquê de tudo isso, da falta de forças para resistir a tudo; e o porquê de não dizer, simplesmente, um não para as inúmeras oportunidades que  nos surgem, ou ainda, porque não fugir ou não deixar, definitivamente, de buscá-las? 

Nos parece um caminho sem volta, eu sei!

Não há um recomeço sem dores a persistirem à dúvida, ao medo da queda e de um novo aprisionamento. O que, ou quem nos parece ser a solução, aparentemente se cala, ou meramente se afasta de nós. 

Sozinho eu não vou conseguir! 

Gostaria e simplesmente desejaria encerrar meus versos de um modo mais suave, com mais alegria e com um final mais leve e até com uma rima boba. Só queria encerrar bem. Sem culpas e sem dores tão fortes. 

Mesmo que o final dos meus últimos versos seja rimar meu afincamento com meu eterno silêncio. Mesmo assim não terminou bem. Talvez eu espere mais um pouco e um dia, perfeitamente, ela vem.

Talvez seja um adeus. Talvez seja o final de uma história, na verdade não sabemos ao certo para onde ir, nem como ir. Sem percebermos, nos perdemos um do outro ou perdemos um para ganhar o outro. 

Não sei. Realmente não sei!

Mas não quero dizer adeus.  Apenas nos  diga como seguir e eu posso nadar por nós dois nessas águas incertas, consigo enfrentar as mais altas ondas desse mar. Só não quero ouvir o seu adeus.

Assim, a mais bela e verdadeira rima irá nos encontrar. 
Nos trará a paz;
E finalmente, o coração irá repousar!

Wilton Lima

sábado, 22 de junho de 2019

Crer e Pensar #011

É cada vez mais difícil dizer que sou cristão e dizer que sou evangélico, no contexto que estamos inseridos, é quase impossível.

Vivemos uma realidade totalmente diferente daquela vivida pela chamada Igreja Primitiva.

Vivo a me perguntar; onde colocaram os ensinamentos de Jesus? O que fizeram do amor, não só pregado, mas vivido e compartilhado com todos, sem distinção de quaisquer diferenças da época.

Há muito tempo meu coração rompeu com esse sistema mercadológico e criminoso que a igreja evangélica brasileira se rendeu. Há muito tempo meu crer passa também pelo pensar consciente e racional.

Não consigo aceitar a instituição igreja evangélica que se cala diante dos dramas vividos, todos os dias, pelas mulheres, negros, LGBTs e outras chamadas minorias; uma igreja que se cala para o drama ecológico vivido por nós, inseridos nesse maldito sistema capitalista que a cada dia nos sufoca e aprisiona. Há algo ainda pior. Uma igreja que se rende a este sistema e ao invés de ajudar, abraçar e compreender esses dramas, os menosprezam e os colocam cada vez mais distantes do amor verdadeiro de Jesus.

Meu coração não consegue aceitar uma igreja que dá voz a um líder político que exalta torturadores e apoio ditaduras, que mata e cala milhares de pessoas inocentes; uma igreja que vê nesse líder a solução para o Brasil. Porém, este mesmo zomba e menospreza a luta de todos nós negros, das mulheres, dos LGBTs e dos indígenas que chegaram primeiro que nós nessa terra. 

Não, eu simplesmente não entendo e não aceito fazer parte desta igreja.

Porém, apesar de tudo isso, eu acredito no amor verdadeiro de Jesus. Amor que cuida e dá proteção. Amor que abraça, ouve e compreende. Amor que cura as dores e nos dá forças para resistir a todo esse mal.

Eu ainda acredito que há igrejas espalhadas por esse Brasil que não se calam e resistem, formadas por pessoas que receberam e entenderam o amor verdadeiro. Eu acredito no meu país, eu acredito em dias melhores e acredito também, que não será fácil a nossa luta.

Sim, apesar de tudo, ainda sou cristão. Eu acredito no Puro e Simples Evangelho de Cristo e é nisso que minha fé e esperança se sustenta.

Wilton Lima

sexta-feira, 21 de junho de 2019

ENTRE AS ONDAS

[...]
Quando percebeu já havia se jogado de cabeça nas águas daquele sentimento intenso. Quando viu, já estava perto de afundar, em breve, viria a naufragar.

Ele que não sabia nadar, estava nadando com uma facilidade e alegria inexplicáveis. Porém, percebeu que eram os braços daquele amor que o segurava e o guiava naquele mar revolto. 

Eles estavam seguros e confiantes!

Sim, o mar era incerto, tinham altas ondas e com uma força avassaladora, mas ao lado deste sentimento, sentia-se forte e não temia a sua sorte.

Tudo parecia tranquilo, mesmo em meio a incerteza das águas daquele mar que tinha sua importância, tinha uma paz e sensação de segurança jamais experimentada. As altas ondas não traziam medo a eles. Estavam firmes e juntos.

Houveram momentos que foi necessário navegar distantes um do outro, porém, tão ligados ao amor que não pareciam afastados fisicamente. Era mais forte e mais intenso que pudessem imaginar. 

Mas tudo iria mudar!

[...]
O sentimento se mantém forte, mas houve um conflito. Uma ruptura surgiu e nada seria como antes. Confiança? Talvez permaneça intacta. Mas algo diminuiu! Não sabemos se o amor ou apenas a reciprocidade do mesmo, com aquela mesma intensidade.

Seguiam navegando ligados apenas aos resquícios deste sentimento, ligados por uma história ainda não escrita ou pouco vivida. Continuavam em barcos diferentes, porém próximos, até ao alcance do olhar.

Tínhamos momentos, entre lapsos de sentimentos, que tudo parecia como antes. Os olhares e sorrisos assemelhavam-se a perfeição e as ondas voltavam a serem insignificantes e chegavam a navegar no mesmo barco.

A esperança, como uma chama tão fumegante, aquecia os corações e lhe dava uma nova oportunidade, mas não conseguia ser como antes. Simplesmente ela se apaga, com a mesma facilidade que se ascende.

A separação mais uma vez se fez necessária. Com uma dor inexplicável, afirma não ser tão leve e ao alcance dos olhos como antes. A visão ficou turva. A tempestade se intensificou e chegaram a não ver-se mais próximos.

[...]
Um dos barcos veio a pique!

Wilton Lima

segunda-feira, 17 de junho de 2019

SOLIDÃO INCIDENTAL


Gritar, o coração deseja apenas gritar.

Sitiado por tão grande confusão de sentimentos, ele consegue apenas se manter em silêncio, imergido na maior solidão já experimentada por ele. Sim, algo que nós não desejávamos, nem mesmo ousamos explicar. 

Não foi planejado, nem tão pouco escolhido. O acaso? Talvez tenha sido ou pode ser resultado do conflito entre nós, das indecisões e caminhos áridos à frente. É possível que seja, mas não sei; não sabemos. 

É difícil não relacionar tudo a estas indecisões, a este conflito frio e aparentemente sem sentido algum para nós. Tudo se torna mais complexo ao notarmos que a própria razão tem dato a oportunidade do coração gritar como ele almeja, porém, permanece mudo. As reações nos parecem ter findado. 

Buscamos e aceitamos este vazio de palavras, compreendemos a sua necessidade, mas não a vemos como solução. Pois permanecer no silêncio nunca foi uma decisão fácil e as que tomamos não foram acertadas. Continua sem acertos. 

O silêncio nos incomoda. Ele nos traz medo e solidão. Nos leva a caminhos que não escolhemos trilhar e vamos sempre na direção contrária do coração. Com um final incerto, sem sabermos para onde ele vai nos levar. 

Dói! 

Esta incerteza dói e nos atemoriza a cada manhã; a cada olhar; a cada contato físico; e até no silêncio mútuo. Simplesmente dói. 

De repente, tudo volta a ficar sem cor e sem aquele brilho forte do sentimento maior e mais sublime, que outrora nos emoldurava e nos mantinha firmes e sedentos por mais. Ele começa a perder o sentido e se torna cada vez mais vazio e sem melodia. Sem aquela poesia que encantava, até mesmo na simplicidade ou na falta de suas rimas. Mas tudo era belo e atraente. 

Talvez ainda seja. Só não sabemos como nos encontrar em meio a todo esse silêncio. 

Então, junto veio outro misto de sentimentos. Este, porém, causa em nós um medo maior e diferente. Não há alegria em nenhum deles, nem mesmo há dúvidas do que pode ser o certo ou errado. Sua complexidade tem um intervalo mais longo, mais denso e de uma profundidade que os olhos não conseguem enxergar. 

Ao momento, estamos nos adaptando com o silêncio. Buscando respostas que nos tragam de volta àquela confusão que nos parecia ser mais fácil de superar. Na verdade, não sei se era. Mas doía menos. 

Eles continuam a caminhada. Com suas incertezas e agora, com a incapacidade de entender todas as razões que nos lavaram a este degrau. 

Há muita estrada a ser percorrida, algumas talvez, necessitem que sejam abertas. Muitas decisões a serem tomadas, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender. 

Wilton Lima

quinta-feira, 13 de junho de 2019

PERCEPÇÕES DE UM POETA

Nós concordamos em uma única coisa e disso tivemos a certeza nos últimos dias. Chegamos à conclusão de que seria melhor, bem melhor e menos doloroso seguir a voz da razão, mesmo com o coração gritando com toda força e sendo ele, quem detém o poder de toda decisão no momento.

Porém, outra solução deveria ser tomada antes de tentarmos mais uma trégua e assim, dá vez à razão. Deveríamos acabar com esse misto confuso dos sentimentos, porém, não encontramos uma saída plausível, nem mesmo aceitável por nós.

Então, percebi os motivos dos versos estarem mudos e o porquê de tê-los deixado em silêncio da última vez.

Era a razão criando forças e nos privando de externar o sentimento que nos confunde e nos embala ao ponto de acharmos que é o único e verdadeiro. Talvez seja, porém, trata-se de sentimentos e quanto a isso nada é concreto ou absoluto.

Percebi então, que há mais forças para resistir do que imaginávamos. Situações externas nos surpreendeu recentemente e deu ânimo para quem estava em desvantagem nessa guerra.

Mas eu sei que ainda estamos longe. Muito longe! Há muito para nos surpreender; alguns acasos irão surgir e irá novamente, movimentar as águas ainda turvas deste misto de sentimentos que ousa permanecer vivo.

Não conseguimos uma conciliação, mas já percebemos a sua necessidade.

Quanto aos versos, eles não estão mudos e sem rimas como antes. Não sabemos por quanto tempo, mas preferimos deixá-los em silêncio.

Wilton Lima

quarta-feira, 12 de junho de 2019

DIA DOS NAMORADOS

Hoje, 12 de Junho de 2019 é comemorado no Brasil o Dia Dos Namorados, em alguns países é chamado de Dia de São Valentim, portanto faz parte do calendário de comemorações cristãs. Em países, como Portugal, este dia é comemorado em 14 de Fevereiro. Aqui, comemoramos sempre na véspera do dia de Santo Antônio, conhecido como "santo casamenteiro".

Segundo reportagem do site BBC Brasil, O dia de São Valentim é uma tradição antiga que teria se originado em um festival romano de três dias chamado Lupercalia. O festival celebrava a fertilidade e ocorria no meio de fevereiro. Seu objetivo era marcar o início oficial da primavera.

Como parte das celebrações, jovens sorteavam nomes de garotas misturados dentro de uma caixa. Os dois então se transformavam em namorados durante a festa, e podiam até casar.

Nos séculos seguintes a Igreja decidiu erradicar celebrações pagãs e por isso transformou o evento em uma festa cristã, em homenagem a São Valentim.

Sobre a origem da data de 14 de fevereiro, considerado o primeiro dia oficial de São Valentim, foi declarado no ano de 496, pelo papa Gelasius, em homenagem a um mártir que tinha esse nome.

A explicação mais comum é que São Valentim era um padre de Roma, que foi condenado à pena capital no século 3.

Apesar dos cristão antigos terem começado a celebrar o dia de São Valentim, apenas ao longo da Idade Média e dos períodos posteriores a celebração começou a ser associada com amor romântico e troca de presentes.

Dois gigantes da literatura inglesa, o poeta Geoffrey Chaucer e William Shakespeare, foram responsáveis pela popularização do evento na Grã-Bretanha e posteriormente na Europa e no Novo Mundo.

O costume de trocar cartões de papel com a pessoa amada já havia sido estabelecido na Idade Média, mas apenas se tornou um grande negócio depois da revolução industrial, que tornou possível a produção em massa de cartões.

Então, mesmo tendo se tornado mais uma data ligada ao capitalismo, este dia vale para que possamos reafirmar nossos sentimentos a quem amamos, namorados ou não. Mostrar que o sentimento vai além de datas comemorativas, expressando-o todos os dias.

Que possamos celebrar o amor verdadeiro e compartilhar dele com todos. Sempre, e não somente em datas específicas.

Wilton Lima


Referências: BBC Brasil

terça-feira, 11 de junho de 2019

INCERTEZAS DE UM POETA

Há um sentimento maior, que nos move e nos mantêm firmes no caminho.

O amor sempre me cativou e não canso expressá-lo. Porém, outros sentimentos fundidos a ele, me fizeram querer questionar alguns detalhes ou até mesmo não saber como e porque amar. 

Sim, nós sempre falamos disso: ame porque ama; escolha e espalhe o amor. Mas não, nós não mudamos esta nossa verdade, apenas passamos a questionar o porquê da escolha e se realmente é uma escolha. Indagamos o porquê de não escolher o mais fácil, ou mais cômodo, ou mesmo, o que foi proposto. 

Sabe aquela trégua? Dificilmente a teremos novamente. Aparentemente a temos, mas não, o coração grita forte e a razão tem perdido forças nessa luta, dia após dia. Não sabemos a direção correta, não sabemos dizer se uma delas é a correta, nem mesmo se há uma que não seja. 

Por algum momento a força do sentimento maior pareceu transparecer novamente, mas ao enxergar suas lágrimas e indecisões, a razão tentou resistir, criando forças de onde já não tinha. Mas era injusto! O coração mais uma vez saiu à frente nessa luta. 

A batalha está travada. Cada um com suas verdades, e intensidades de sentimentos tão semelhantes que nos parecem ser os mesmos, porém, como direções contrárias. Por isso, nesta luta não sabemos qual de nós irá vencer. 

Hoje, os versos quiseram gritar, procuravam de alguma forma encontrar algo para rimar. Mas era uma rima vazia, embalada pelo infausto desejo de agradar. 

Os mantive mudos! 

Não sei! Eu realmente não sei como será o final. Talvez os versos continuem mudos; talvez a força do silêncio prevaleça e provavelmente caminharemos entre mistos e conflitos de sentimentos. 

Ainda há muito que lutar e muito caminho a percorrer. Temos muitas decisões a tomar, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender. 

Wilton Lima

segunda-feira, 10 de junho de 2019

A MORTE DA HUMANIDADE

Vivemos dias difíceis, dias onde não se tem mais empatia pelo outro, quando não é levado em consideração a dor do próximo.

A cada dia o homem tem se tornado mais cruel, levado por um egoísmo inexplicável e amparado por uma ganância terrível. Não há limites para as consequências dos nossos atos, simplesmente para alcançar o que desejamos. Para nós e só para nós.

Chegamos a uma realidade que é mais fácil ou mais aceitável, julgar e condenar do que, ouvir e compreender as razões e motivações do envolvido. Colocamos como prioridade aquilo que julgamos ser o padrão para uma sociedade moralmente aceitável. Porém, quem definiu este padrão moral, quem disse ser o único e correto?

Vivemos dias em que não sabemos mais definir o que é santo e profano, quando nossa vontade é colocada em primeiro plano. Não sabemos a quem recorrer, humanamente falando, quando nossos líderes estão corrompidos pelo poder e aceitação das massas. Massas essas usadas como manobra. Não sabemos mais os lugares certos a frequentar, pois muitos estão sendo usados como palco para promoção do ódio e segregação. Palcos tidos por eles como sagrados.

Nos definem ideologicamente, quando defendemos o amor, a partilha e a compreensão; quando queremos apenas cuidar da dor do outro. Nos definem quando sentimos o desprezo, o preconceito e as mortes daqueles que não tiveram voz nesta sociedade.

É difícil. Está cada vez mais difícil!

Somos excluídos quando não nos moldamos aos padrões deles, ou quando queremos apenas ouvir e cuidar dos que são diferentes, daqueles que não têm opções. Talvez não precisem escolher, talvez devam apenas viver o que são!

Mas é difícil!

Em um mundo cada vez mais dividido e sem amor desinteressado, nossa única opção é resistir. Resistir por aqueles e com aqueles que não têm sua voz ouvida pelo poderosos.

Resistir também é amar. Amar é cuidar!

Wilton Lima

sábado, 8 de junho de 2019

INDECISÕES DE UM POETA

Hoje, os dois pareciam caminhar de mãos dadas. Algum acordo se mostrava existir. Os conflitos não findaram. Porém, houve por algum momento uma trégua ou mesmo uma solução para este conflito de sentimentos entre eles.

Infilizmente, não durou muito!

O misto de emoções, com aquela confusão veio à tona. Na verdade, revelou-se mais forte que nunca, mostrava-se mais determinado a continuar o caminho oposto ao da razão. A relação entre eles começou a ficar insustentável.

Mas é impossível, aparentemente, um ir sem o outro.

Sentimentimentos intensos, misturados e divididos. Já não sabemos mais dizer o que é saudades ou ciúmes, nem mesmo entender o sentimento mais sublime. A razão tenta resistir para manter firme o que foi estabelecido, para manter o que foi determinado. Mas por quem? Para quem?

O coração, doce e calmamente se vê cada vez mais vitorioso. Está cada vez mais sustentado pelas emoções inexplicáveis, porém, por um sentimento que traz alento e nos mantem de pé. Sim, os dois são mantidos pelas mesmas emoções e por algum momento há paz e sintonia. Por alguns momentos.

Ainda não sabemos qual a direção final a ser tomada.

Mesmo assim, continuamos a caminhar juntos, em conflito às vezes, mas sustentados por este misto de sentimentos que a cada dia nos faz perceber o quão cruel e difícil é viver.

Wilton Lima

quinta-feira, 6 de junho de 2019

CRÔNICAS DE UMA INSÔNIA #009

INQUIETAÇÕES DE UM POETA

Os versos mudos se tornaram efêmeros diante deste misto de sentimentos que se fez em mim, ou se tornou apenas um reflexo do silêncio causado por eles.

Há uma batalha diária contra outra realidade, possivelmente criada e não compreendida. Sentimentos semelhantes, com intensidades e entregas similares, porém, com direções contrárias.

Não sei defini-los. Não sei dizer se há necessidade!

Me pergunto quem vai vencer, qual destes sentimentos será o mais forte.

Há uma solução que teimo em não compreender ou mesmo não saber seguir nesta direção. Afinal, o coração grita mais alto e a razão, tem perdido forças nesta briga com a emoção dos sentimentos. Realmente é uma luta injusta e totalmente incompreensível. O que esperar então, de reações externas?

Há soluções vindas de fora ou é uma decisão unicamente do indivíduo detentor destes sentimentos? O silêncio? O grito? Quais reações; quais seriam as decisões? O acaso ou uma escolha?

Indagações é o que nos restam.

Sim, os versos continuam mudos. Teimam em não querer concordar com o coração. Teimam em romper com o padrão.

Ainda não sei escrever este final. Não sei quais são as melhores palavras para isso.

Enquanto isso a única decisão racional e emocional do momento seria o silêncio, incompreendido e às vezes não aceito. Porém continuemos. 

Ainda temos muito caminho a percorrer, muitas decisões a tomar, muitos acasos a serem vividos e tentar, simplesmente tentar compreender.

Wilton Lima